Edifícios Existentes: Quando é Preciso Fazer Compartimentação e Como Adequar?
1. O que diz a IT-09/2025 sobre edificações existentes?
A norma IT-09/2025 do Corpo de Bombeiros é clara ao estabelecer critérios para edificações novas e existentes. No caso das existentes, a compartimentação horizontal e vertical deve ser exigida quando houver necessidade de regularização, ampliação, mudança de ocupação ou em função da análise de risco. Ou seja, mesmo um prédio que esteja em uso há anos pode ser obrigado a se adequar.
A exigência costuma surgir em processos de renovação do AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros), quando o projeto técnico passa por revisão. Nessa fase, a edificação existente é comparada às normas vigentes, e o Corpo de Bombeiros pode exigir a compartimentação como medida de correção de risco.
Vale destacar que as adaptações devem considerar a viabilidade técnica e estrutural do imóvel. Por isso, é comum que os projetos de edificações antigas sejam analisados caso a caso, com possibilidade de adoção de medidas compensatórias em alguns cenários.
2. Como saber se meu prédio precisa de compartimentação?
A avaliação sobre a necessidade de compartimentação deve ser feita por um profissional habilitado, como um engenheiro civil ou de segurança. O primeiro passo é verificar se a edificação possui setores com mais de 750 m² sem compartimentação horizontal ou compartimentação vertical inadequada, como ausência de escadas enclausuradas ou lajes resistentes ao fogo.
Além da área, o uso da edificação também influencia. Prédios com uso coletivo, como escolas, hospitais, hotéis, shoppings ou indústrias, têm exigências mais rigorosas. Nestes casos, a compartimentação é quase sempre obrigatória, mesmo em estruturas antigas.
Se a edificação passou por alterações internas ou aumentou sua carga de ocupação, também é provável que haja necessidade de reavaliação e adequação conforme a norma atual.
3. Principais desafios de aplicar compartimentação em prédios antigos
Um dos maiores desafios é a compatibilização das exigências técnicas com a estrutura original do prédio. Por exemplo, muitas edificações antigas não possuem lajes resistentes ao fogo ou espaço para instalação de portas corta-fogo sem afetar a circulação.
Além disso, a criação de setores de compartimentação pode exigir obras estruturais, o que nem sempre é viável do ponto de vista financeiro ou construtivo. Nesses casos, pode ser necessário adotar soluções alternativas, como aumento do sistema de detecção e alarme, uso de chuveiros automáticos ou barreiras de contenção de fumaça.
A análise criteriosa do Corpo de Bombeiros é fundamental. Em muitos casos, os profissionais conseguem negociar medidas compensatórias que garantam o mesmo nível de segurança sem comprometer o prédio.
4. Como é feito o projeto de compartimentação em edificações existentes?
O projeto começa com uma vistoria técnica minuciosa da edificação. O profissional responsável irá identificar as rotas de fuga, analisar a compartimentação existente (se houver), estudar a carga de incêndio e definir os setores da edificação.
Com base nessa análise, são propostas as intervenções necessárias para compartimentar a estrutura. Isso inclui a criação de setores com barreiras horizontais (lajes e paredes resistentes ao fogo), instalação de portas corta-fogo, selagens de shafts e dutos, e outras medidas de vedação.
O projeto é então submetido ao Corpo de Bombeiros para análise e aprovação. Dependendo da complexidade da obra, pode ser exigido um cronograma de execução e relatórios de acompanhamento.
5. Quais materiais são usados para compartimentar prédios existentes?
Para criar compartimentações eficazes, os materiais utilizados devem ter resistência comprovada ao fogo. Entre os mais comuns estão as alvenarias com TRRF ≥ 120 minutos, placas de gesso acartonado especial (com reforço de lã de rocha), concreto armado, blocos cerâmicos maciços e chapas metálicas com tratamento termoacústico.
Além disso, portas corta-fogo com selo do Inmetro, selantes intumescentes e guarnições para vedação de shafts e passagens técnicas são essenciais. A escolha dos materiais depende das características do prédio e do TRRF necessário, que pode variar conforme o tipo de ocupação e altura da edificação.
É importante lembrar que a instalação precisa seguir rigorosamente as orientações do fabricante e da norma técnica, pois a má aplicação compromete a eficácia da compartimentação.
6. Qual o impacto da compartimentação para obter ou renovar o AVCB?
A compartimentação é um dos critérios fundamentais para a emissão e renovação do AVCB. Caso o Corpo de Bombeiros identifique a ausência ou inadequação desse item durante a vistoria, o processo pode ser indeferido, impedindo a regularização do imóvel.
A boa notícia é que a apresentação de um projeto técnico bem elaborado e a execução correta das intervenções garantem uma avaliação positiva. Em alguns casos, a compartimentação pode até eliminar a necessidade de outros sistemas, como sprinklers ou pressurização de escadas.
Portanto, investir na compartimentação correta é uma forma de economizar a longo prazo e garantir a segurança jurídica e física da edificação.
Conclusão
A compartimentação em edifícios existentes não é apenas uma exigência legal — é uma oportunidade de adequar a edificação às normas atuais, aumentar a segurança dos ocupantes e evitar problemas com o Corpo de Bombeiros. Se você quer aprender a identificar, projetar e aplicar soluções de compartimentação com base nas normas mais recentes, os cursos da HS Cursos são a escolha ideal.
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