Separação entre Edificações em um Mesmo Terreno São Considerados Isolados ou Não?

Separação entre Edificações em um Mesmo Terreno São Considerados Isolados ou Não

Quando Edifícios em um Mesmo Terreno São Considerados Isolados ou Não?

Quando se trata de segurança contra incêndio, um dos pontos mais relevantes é entender como o Corpo de Bombeiros classifica Separação entre Edificações construídas dentro de um mesmo terreno. Essa definição afeta diretamente o dimensionamento de medidas como compartimentações, hidrantes, sprinklers e rotas de fuga. A nova Instrução Técnica IT-07/2025, do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, trata com clareza dessas situações, e neste artigo vamos esclarecer como interpretar essa norma.


O que define a independência entre edificações?

Segundo a IT-07/2025, edificações dentro de um mesmo terreno só são consideradas independentes se houver separação de risco suficiente entre elas. Isso envolve distância mínima, ausência de interligação física (como passarelas, portas e corredores compartilhados) e independência estrutural e funcional.

Ou seja, mesmo que dois prédios estejam em um mesmo lote, se houver interligação física entre eles – como um corredor contínuo, estacionamento compartilhado ou um único telhado que cobre ambas – eles serão tratados como uma única edificação para fins de segurança contra incêndio.

A independência real só será reconhecida se cada bloco puder ser tratado como uma edificação autônoma em termos de compartimentação, evacuação, sistemas de proteção e risco de propagação de fogo entre os volumes.


Aberturas e fachadas: influência na separação de risco

Outro ponto crucial está relacionado às aberturas nas fachadas voltadas uma para a outra. Janelas, portas, vitrines e qualquer vão aberto aumentam o risco de propagação horizontal do incêndio, especialmente por radiação térmica e entrada de oxigênio.

A IT-07/2025 determina distâncias mínimas maiores entre edificações com fachadas abertas, comparado a construções sem aberturas. Portanto, para que duas construções sejam consideradas isoladas, além da distância física, é preciso que a configuração das fachadas também atenda aos critérios técnicos da norma.

Mesmo um espaço vazio entre os prédios pode ser insuficiente se houver janelas de vidro que se enfrentam a poucos metros de distância.


Estrutura compartilhada ou unificada: um ponto decisivo

A estrutura construtiva também influencia diretamente a interpretação da norma. Se as edificações compartilham vigas, lajes, pilares ou cobertura, elas passam a ser consideradas como uma única estrutura funcional.

Na prática, mesmo que os prédios tenham finalidades diferentes (um comercial, outro residencial, por exemplo), se o projeto estrutural for único, as exigências legais serão aplicadas como se fosse apenas uma edificação, o que aumenta a complexidade do PPCI e dos sistemas exigidos.

Por isso, ao projetar ou reformar edificações em um mesmo lote, é essencial avaliar se a separação entre elas será física e funcionalmente reconhecida pelo Corpo de Bombeiros.


Como a separação interfere no AVCB?

O Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) é emitido por edificação. Portanto, se dois prédios não forem considerados isolados conforme os critérios da IT-07/2025, o processo de aprovação deverá ser unificado – ou seja, um único projeto de PPCI, um único conjunto de medidas e uma única vistoria.

Isso pode tornar o processo mais complexo e custoso, pois todas as exigências do imóvel maior ou mais crítico se estendem automaticamente ao conjunto. Separar corretamente os blocos, quando possível, pode simplificar a legalização e reduzir os custos de adequação.

Além disso, saber quando a separação é válida evita indeferimentos no protocolo do AVCB, o que atrasa a liberação do imóvel.


Exemplos práticos: quando vale a separação?

Imagine um condomínio com três torres residenciais no mesmo terreno. Se cada torre possui:

  • Acesso independente,
  • Escadas isoladas,
  • Cobertura individual,
  • Fachadas sem janelas voltadas umas para as outras,
  • E distância mínima exigida conforme a carga de incêndio,

elas podem ser consideradas independentes. Assim, cada torre poderá ter seu próprio AVCB e seu próprio PPCI.

Agora, se essas mesmas torres forem ligadas por um único subsolo de garagem compartilhado, serão tratadas como uma única edificação. Isso elevará a classificação de risco e exigirá um sistema unificado de prevenção.


Como planejar corretamente o PPCI nesses casos?

O ideal é que o projeto seja elaborado com conhecimento prévio das exigências da IT-07/2025, considerando desde o início se as edificações devem ser unificadas ou separadas. Essa decisão impacta:

  • O dimensionamento dos sistemas de hidrantes e sprinklers,
  • O número de saídas de emergência,
  • A instalação de compartimentações verticais ou horizontais,
  • E o próprio custo da obra e da regularização.

Portanto, profissionais de engenharia e arquitetura devem sempre consultar a IT vigente e buscar capacitação específica para evitar erros que podem comprometer toda a aprovação no Corpo de Bombeiros.

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