Coberturas de Sapé, Piaçava e Similares: Cuidados Essenciais Contra Incêndio

Coberturas de Sapé, Piaçava e Similares Cuidados Essenciais Contra Incêndio

Coberturas de Sapé, Piaçava e Similares: Cuidados Essenciais Contra Incêndio

Coberturas feitas com fibras vegetais, como sapé e piaçava, são comuns em projetos arquitetônicos rústicos e turísticos, mas apresentam riscos elevados de incêndio. A IT-33/2025 do Corpo de Bombeiros de São Paulo estabelece regras claras para aumentar a segurança dessas edificações. Neste artigo, você entenderá os principais pontos dessa norma e como aplicar as exigências corretamente.


1. Por que Coberturas Vegetais Exigem Atenção Redobrada?

Coberturas de sapé, piaçava e similares são altamente inflamáveis. A estrutura seca e o acúmulo de poeira e resíduos aumentam significativamente o risco de ignição. Por isso, qualquer fonte de calor, centelha ou falha elétrica próxima pode iniciar um incêndio com rápida propagação.

A IT-33/2025 tem o objetivo de minimizar esses riscos por meio de exigências específicas relacionadas à instalação elétrica, distanciamento de fontes de calor e requisitos construtivos. Compreender essas regras é essencial para projetistas, engenheiros, técnicos e responsáveis por estabelecimentos com esse tipo de cobertura.

Além da segurança, cumprir a norma é condição para aprovação de processos de CLCB ou AVCB, e evita multas e interdições.


2. Instalações Elétricas: Um dos Maiores Riscos

As instalações elétricas devem seguir a NBR 5410 e estar completamente protegidas contra superaquecimentos. A norma exige que fiações não embutidas sejam passadas por eletrodutos metálicos, evitando que qualquer faísca atinja as fibras combustíveis.

Além disso, é importante garantir que os circuitos estejam corretamente dimensionados. Disjuntores, quadros elétricos e emendas mal feitas são potenciais pontos de ignição. Por isso, o acompanhamento de um profissional qualificado é indispensável.

A manutenção periódica do sistema elétrico também é obrigatória para prevenir acidentes em edificações com coberturas de fibras naturais.


3. Fontes de Calor: Distanciamento é Obrigatório

A norma determina que fontes de calor como churrasqueiras, fornos e fogões estejam a pelo menos 5 metros de distância das coberturas de sapé ou piaçava. Quando for necessário usá-las, devem estar inseridas em compartimentos com pisos, paredes e coberturas incombustíveis.

Chaminés e coifas também devem respeitar um afastamento horizontal mínimo de 2 metros da cobertura e nunca devem ficar diretamente acima do telhado. Isso evita que fagulhas sejam projetadas sobre a cobertura.

Além disso, centrais de GLP devem ser instaladas fora da projeção da cobertura e a pelo menos 3 metros de distância, seguindo a IT-28.


4. Saídas de Emergência e Acessibilidade

Em caso de incêndio, a evacuação rápida é vital. Por isso, a IT-33 estabelece regras rígidas para saídas de emergência. A largura mínima das rotas deve ser de 2 metros, considerando o cálculo de 0,01 metro por pessoa.

As saídas devem estar posicionadas, preferencialmente, em paredes opostas, para facilitar a dispersão. Para edificações com mais de 50 pessoas, é obrigatória a instalação de iluminação de emergência e barras antipânico.

A acessibilidade também deve ser garantida conforme a NBR 9050, com rampas e portas adaptadas a pessoas com deficiência.


5. Medidas de Segurança por Área Construída

A IT-33 divide as exigências conforme a área construída:

  • Até 200 m²: exigidos extintores, sinalização e saídas de emergência.
  • Acima de 200 m²: além dos itens anteriores, também são exigidos extintores sobrerrodas, CMA-R classe II-A (ou II-B para ambientes abertos) e brigada de incêndio para todos os funcionários.
  • Acima de 750 m²: exigem-se também hidrantes, sistema de alarme de incêndio e proteção estrutural conforme a IT-08.

Além disso, recomenda-se o uso de sistemas de aspersão de água que mantenham as fibras úmidas, ajudando a evitar ignição.


6. Restrições de Projeto e Exigências Especiais

A norma limita o uso desse tipo de cobertura a edificações com no máximo dois pavimentos (térreo e primeiro andar). Subsolos são proibidos. Edificações com mais de 900 m² devem passar por análise de uma Comissão Técnica Ordinária do Corpo de Bombeiros.

Outra recomendação importante é a instalação de chapas metálicas sob o sapé, sem prejuízo das demais medidas, como uma forma extra de proteção.

Por fim, a IT-33 exige afastamento mínimo de 100 metros entre essas coberturas e locais de alto risco, como depósitos de combustíveis, revendas de fogos e fábricas de explosivos.


Conclusão

As coberturas de sapé e piaçava trazem charme e rusticidade a muitos estabelecimentos, mas exigem cuidados técnicos rigorosos para garantir a segurança contra incêndios. Seguir as exigências da IT-33/2025 é o primeiro passo para evitar tragédias e conseguir a regularização junto ao Corpo de Bombeiros.

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