Como Calcular o Isolamento de Risco Entre Prédios? Passo a Passo com Base na IT-07/2025
A separação adequada entre edificações é uma medida crítica de segurança contra incêndios. Com a nova IT-07/2025 do Corpo de Bombeiros de São Paulo, o cálculo do isolamento de risco ganhou critérios mais claros, especialmente com o uso da fórmula D = α x (largura ou altura) + β, e a aplicação das Tabelas A-1 e B-1. A seguir, vamos detalhar como interpretar e aplicar essa fórmula, com exemplos práticos para você aprender de forma simples e segura.
Por que o isolamento entre edificações é necessário?
A separação entre prédios evita que o fogo se propague lateralmente entre construções vizinhas. Em áreas densamente construídas, como centros urbanos ou condomínios, essa medida se torna ainda mais relevante. Ela protege vidas, preserva patrimônios e evita que um incêndio em um imóvel se transforme em uma tragédia maior.
Segundo a IT-07/2025, o isolamento também influencia diretamente nas exigências de sistemas de combate a incêndio. Quando há edificações muito próximas sem compartimentação adequada, o projeto técnico pode exigir medidas mais rigorosas, como sistemas automáticos de supressão. Portanto, calcular corretamente a distância mínima entre edificações é essencial para garantir conformidade legal e segurança.
Outro ponto importante é que o isolamento de risco impacta diretamente na aprovação de projetos junto ao Corpo de Bombeiros. Um erro nesse cálculo pode levar ao indeferimento do AVCB, gerando atrasos e custos extras para correções futuras.
A fórmula da distância mínima: D = α x (largura ou altura) + β
A fórmula prevista na IT-07/2025 para calcular a distância mínima entre edificações é:
D = α × L (ou H) + β,
onde:
- D é a distância mínima exigida entre edificações (em metros);
- α e β são coeficientes fornecidos pelas Tabelas A-1 e B-1 da norma;
- L é a largura da fachada ou H é a altura da edificação, conforme o caso.
A escolha entre largura (L) ou altura (H) depende do cenário analisado. Em geral, considera-se o elemento mais desfavorável. É importante identificar corretamente qual tabela usar com base na ocupação, carga de incêndio e existência de aberturas nas fachadas.
Essa fórmula permite realizar um cálculo mais técnico e preciso, atendendo às exigências da norma e possibilitando a justificativa formal no projeto apresentado ao Corpo de Bombeiros.
Como interpretar as Tabelas A-1 e B-1 da IT-07/2025
As Tabelas A-1 e B-1 da norma definem os valores de α e β a serem usados na fórmula de cálculo da separação. A Tabela A-1 aplica-se a fachadas com aberturas, enquanto a Tabela B-1 é usada quando não há aberturas voltadas para a edificação vizinha.
Essas tabelas são organizadas com base em três critérios:
- Tipo de ocupação da edificação (residencial, comercial, industrial, etc.);
- Carga de incêndio (alta, média ou baixa);
- Altura ou largura da fachada.
Ao consultar a tabela, o projetista identifica o cenário aplicável e extrai os valores corretos de α e β. Se os valores exatos não estiverem listados, a interpolação linear pode ser usada para determinar o valor mais próximo aceitável.
👉 Você pode acessar um exemplo prático de interpolação neste link de engenharia para entender como aplicar o método.
Exemplo prático de cálculo com interpolação
Vamos imaginar um cenário:
- Edificação com fachada de 16 metros de altura;
- Ocupação comercial;
- Fachada com janelas (portanto, Tabela A-1);
- Carga de incêndio alta.
Ao consultar a Tabela A-1, temos:
- Para altura de 15 m: α = 0,5 e β = 3
- Para altura de 20 m: α = 0,55 e β = 3,5
Usando interpolação linear, é possível calcular os valores intermediários para α e β com base na altura real (16 m). Após aplicar os coeficientes ajustados na fórmula D = α × H + β, o projetista chega à distância mínima exigida para o caso.
Esse cálculo deve ser apresentado com clareza no projeto técnico para evitar dúvidas por parte da análise técnica do Corpo de Bombeiros.
Considerações para edificações com ou sem abertura
A existência de aberturas (portas, janelas ou aberturas técnicas) na fachada influencia diretamente no cálculo do isolamento. Fachadas com aberturas oferecem maior risco de propagação do fogo e exigem maior distância mínima.
A IT-07/2025 orienta que, se a edificação possui aberturas voltadas diretamente para o imóvel vizinho, a Tabela A-1 deve ser utilizada. Caso contrário, aplica-se a Tabela B-1.
Quando não é possível garantir a distância mínima, uma solução viável é a instalação de parede corta-fogo entre as edificações, conforme as orientações complementares da norma.
Como apresentar esses dados no PPCI?
Todo o processo de cálculo de isolamento de risco entre edificações deve estar documentado no projeto técnico de segurança (PPCI). A apresentação clara do raciocínio adotado, uso da fórmula, tabelas e interpolação demonstra domínio técnico e facilita a análise da vistoria.
A planta deve conter a representação gráfica da distância entre fachadas, além de mencionar a fórmula usada e os valores aplicados. É recomendado anexar uma planilha de cálculo com as etapas e justificativas adotadas.
Para facilitar esse processo, a HS Cursos oferece treinamentos completos sobre elaboração de PPCI, com foco em projetos que atendam às normas do Corpo de Bombeiros de SP. Acesse www.cursoshs.com.br e aprenda com especialistas que atuam na prática!
🌐 Links externos úteis:
📎 Link útil:




